
Alice Gallez de Oliveira Peixoto
Handyara Aparecida Soares da Rocha
Revista 8 – Artigo 4
Introdução
Os Direitos Humanos do público LGBTS1 avançaram em algumas frentes no Brasil, como a legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, conquista dos espaços públicos e debates abertos sobre o tema. Mas ainda há muito que avançar, especialmente em relação aos travestis e transgêneros. O preconceito, discriminação e intolerância que esta parcela da sociedade enfrenta é ainda maior do que gays, lésbicas e bissexuais. A demanda por emprego formal, que não seja a prostituição, é maior do que a oferta das empresas, pois ainda impera uma lógica excludente no mercado, ou seja, quem não está dentro dos padrões dominantes tende a ficar às margens da sociedade e tem dificuldade em se empregar. Segundo reportagem de Nadia Lapa, no site da Carta Capital em outubro de 2013, mais de 90% das travestis e transgêneros estão se prostituindo no Brasil.
Neste contexto, dada Organização Não Governamental criou em 2013 o Projeto X2 , com o propósito de ser agente facilitador para emissão de segunda via de documentos e de ações educativas e de empregabilidade. Atuam como um elo entre os participantes e os profissionais de diversas áreas, promovendo ações de voluntariado para que as pessoas possam ministrar cursos que vão desde a Alfabetização até o Ensino Médio, passando por workshops temáticos de capacitação profissional.
Considerando a existência deste grupo, propomos à instituição e às participantes um estudo que facilitasse a criação de alternativas, visando solucionar o problema de acesso ao mercado de trabalho. Nossa intenção foi, a partir da descoberta de possibilidades proativas e autônomas de geração de renda, contribuir para a formação de indivíduos autônomos, com capacidade de recriar sua própria realidade e transformar, de modo ético, o contexto em que vivem.
Nossa pesquisa buscou responder à seguinte indagação: será possível criar alternativas de geração de renda com este grupo, a partir de uma perspectiva empreendedora e autogestiva? Partimos da hipótese de que a dinâmica grupal seja um dos fatores que interferem no ato de empreender coletivamente e na autogestão do grupo e individual.
Assim, nosso objetivo foi compreender as forças que interferem nos movimentos autogestivos e no comportamento empreendedor do grupo.
Para compreender estas forças e analisar de que modo elas interferem no grupo, realizamos uma pesquisa de campo no formato pesquisa participante, de natureza qualitativa, onde a coleta de dados deu-se através de revisão de literatura, entrevista semiestruturada, observação participante e análise de conteúdo do discurso das participantes do projeto.
1 A sigla LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais Transgêneros representa o movimento de luta pelos direitos e combate a homofobia. Inicialmente, o movimento era conhecido apenas por GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), porém devido à discussão da sociedade acerca da identidade de gênero, em 2008 o termo foi alterado numa Conferência nacional realizada em Brasília. Adaptado de http://www.significados.com.br/lgbt
2 Ressaltamos que a identidade da instituição e do grupo estão preservadas por questões éticas. O grupo, por estar em situação de vulnerabilidade social, pode ser alvo de preconceitos e diversas formas de violência.
2 Referencial teórico
Para embasar a análise deste estudo, apresentamos os temas: identidade de gênero, empreendedorismo, autogestão e dinâmica dos grupos. A partir da contribuição de autores selecionados, buscamos pensar criticamente sobre as nossas práticas e os efeitos que elas produzem.
2.1 Identidade de gênero
Alguns autores entendem sexualidade como algo natural, imutável e inquestionável. Nesse sentido, Louro (2000) afirma que:
A sexualidade seria algo “dado” pela natureza, inerente ao ser humano. Tal concepção usualmente se ancora no corpo e na suposição de que todos vivemos nossos corpos, universalmente, da mesma forma. No entanto, podemos entender que a sexualidade envolve rituais, linguagens, fantasias, representações, símbolos, convenções (…) Processos profundamente culturais e plurais. Nessa perspectiva, nada há de exclusivamente natural nesse terreno, a começar pela própria concepção de corpo, ou mesmo de natureza. Através de processos culturais, definimos o que é – ou não – natural; produzimos e transformamos a natureza e a biologia e, consequentemente, as tornamos históricas. Os corpos ganham sentido socialmente (…)
Dessa forma, ressalta que:
(…) A inscrição dos gêneros — feminino ou masculino — nos corpos é feita, sempre, no contexto de uma determinada cultura e, portanto, com as marcas dessa cultura. As possibilidades da sexualidade — das formas de expressar os desejos e prazeres — também são sempre socialmente estabelecidas e codificadas. As identidades de gênero e sexuais são, portanto, compostas e definidas por relações sociais, elas são moldadas pelas redes de poder de uma sociedade. (Louro, 2000, p.6)
Aceitar simplesmente que nascemos como homens ou mulheres, seria desconsiderar as construções sociais, a dimensão política e social dos aspectos femininos e masculinos. Assim, entendemos que identidade de gênero e sexualidade não podem ser considerados como formatadores de personalidades, sendo que cada pessoa tem sua própria percepção do que é ser homem ou mulher.
Foucault (1988) considera a sexualidade em seu sentido histórico, tratando-a como “dispositivo histórico” através da qual se desenvolvem ao longo do tempo discursos, verdades e paradigmas sobre o sexo que regulam a vida em sociedade. Louro (2000) destaca que Foucault nos convida a pensar sobre essa questão de forma mais abrangente, como:
(…) um conjunto decididamente heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas (…) o dito e o não-dito são elementos do dispositivo. O dispositivo é a rede que se pode estabelecer entre esses elementos. (FOUCAULT, 1993, p.244, apud LOURO, 2000 p.7).
Dessa forma, a autora explica que as identidades sociais, sexuais, de gênero, de nacionalidade, de classe, entre outras, se definem nos âmbitos culturais e históricos; e constituem os sujeitos na medida em que são interpelados a partir de diferentes situações, instituições ou agrupamentos sociais. Assim, “reconhecer-se numa identidade supõe, pois, responder afirmativamente a uma interpelação e estabelecer um sentido de pertencimento a um grupo social de referência” (LOURO, 2000, p.7). A autora afirma ainda que esse reconhecimento não é um processo estável, pois somos sujeitos de muitas identidades transitórias e contingentes, que ora podem ser atraentes, ora podem ser descartáveis e rejeitadas. Conclui dizendo que “[…] as identidades sexuais e de gênero (como todas as identidades sociais) têm caráter fragmentado, instável, histórico e plural […]” (LOURO, 2000, p.7)
2.2 Empreendedorismo
O empreendedorismo é um conceito amplo e que abrange uma série de vertentes e concepções. Joseph Schumpeter, em 1950, definiu empreendedor como o individuo criativo e inovador. Em 1970, Peter Drucker introduz o conceito de risco, ou seja, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. E em 1985, Pinchot, introduz o conceito de intra-empreendedor, que atua dentro de uma organização (SILVEIRA, et al 2007, p.2).
Para Dolabella (1999, p. 12), para se aprender a empreender, faz-se necessário um comportamento pró-ativo do indivíduo, o qual deve desejar “aprender a pensar e agir por conta própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no mercado, transformando esse ato também em prazer e emoção” (DOLABELLA, 1999, p. 12 apud SILVEIRA, et al 2007, p.3).
Neste trabalho utilizamos o conceito de empreendedorismo como prática inventiva e transformadora. Consideramos que o empreendedor é aquele que busca as lacunas para aproveitá-las da melhor maneira possível, empoderando a si próprio e a sua comunidade. Nesse sentido, não é preciso ser um empreendedor nato, nem tampouco ter um talento especial, e sim ter uma atitude pró-ativa em relação às situações adversas da vida. Dessa forma, a educação empreendedora pode facilitar esse processo, através dos questionamentos provocativos geradores de mudança, levando à reflexão e quiçá à prática de sonhos e projetos de vida.
2.3 Autogestão
Embora o termo autogestão seja relativamente novo – foi usado por estudantes franceses nos Movimentos de Maio de 68 – seu conceito e prática remontam às tradições libertárias ligadas ao movimento anarquista. Foi Pierre Joseph Proudhon (1809 – 1865) um dos primeiros anarquistas a defender formas associativas semelhantes à autogestão e a prática da liberdade (NETO, 2013). Desta forma, autogestão relaciona-se à ideia de autonomia e liberdade nas esferas econômica, social e política. Logo, é uma forma auto-organizada de produção dos recursos que necessitam para resolver as questões levantadas pelo coletivo. Extrapola a esfera econômica e se relaciona à capacidade de autorregular a vida.
Conforme Neto (2013):
[…] é a capacidade que temos de autodeterminar nossa vida, direcionar nossa existência segundo nossas próprias criações, nas rotas e nos caminhos que cada um constrói de acordo com suas experiências, demandas e possibilidades. Autorregular a vida é saber respeitar os desejos e necessidades, articulando-os com o meio em que estamos inseridos (NETO, 2013, p. 185).
Segundo Baremblitt (1992, p. 15), “é possível afirmar que as comunidades ou coletividades têm necessidades básicas indiscutíveis e universais.” Para o autor, essas necessidades são expressas através de demandas, que para o Movimento Institucionalista não são tão naturais, mas são produzidas por um grupo de experts, e condicionadas historicamente, de modo que as comunidades perdem a noção das suas reais necessidades, como afirma o autor abaixo:
[…] os coletivos têm perdido, têm alienado o saber acerca de sua própria vida, a noção de suas reais necessidades, de seus desejos, de suas demandas, de suas limitações e das causas que determinam essas necessidades e essas limitações. Eles têm perdido um certo grau de compreensão e o controle sobre que tipos de recursos e formas de organização devem dispor para colocar e resolver seus problemas. Mal pode organizar-se para resolver seus problemas se não conseguem saber, com precisão, quais são seus verdadeiros problemas e o que se requer para resolvê-los. (BAREMBLITT,1992, p. 16)
Assim, como forma de tornar consciente esse conhecimento nos coletivos sobre suas reais necessidades, a autoanálise apresenta-se como um caminho possível para resgatar a autonomia do pensamento e práticas autogestivas. Ela possibilita que a própria comunidade reflita sobre seus reais problemas, causas e consequências, bem como necessidades, interesses e desejos. É importante que seja feita uma análise individual e coletiva das relações de poder interiorizadas na forma de servidão e tirania. Assim, quais consequências causam nas práticas cotidianas e nos relacionamentos interpessoais. Essas análises não podem vir de fora para dentro ou de cima para baixo, precisam eclodir dos próprios participantes do grupo ou da comunidade, considerando suas experiências e saberes próprios. Assim, autoanálise significa a produção de um saber sobre seus problemas, demandas e recursos pelo próprio coletivo, organizando-se em grupos de discussão ou assembleias para desmistificação do saber dominante e reunião de forças para transformar e produzir novos modos de vida.
É importante destacar ainda que, para Baremblitt (1992), os processos de autoanálise e autogestão não podem excluir os saberes produzidos pelos experts, pois muitos deles são produtivos e não estão alienados. Para que isso seja feito, eles devem ser incorporados aos processos de autoanálise e autogestão, de modo que possam construir junto com a comunidade, numa relação horizontal, onde os saberes servem ao coletivo, para que estes possam melhorar sua vida da forma como acreditam que tenha que ser. De acordo com Neto (2013):
Para que um grupo possa criar e vivenciar uma experiência autogestiva, faz-se necessário que cada indivíduo perceba seu papel ali dentro na criação de tarefas socialmente necessárias. De alguma forma, é preciso que cada um busque sua própria auto-regulação individual para que, juntos, seja possível atingir a autogestão coletiva. (NETO, 2013, p. 75)
A autoanálise e autogestão são processos defendidos pelo Movimento Institucionalista, que é composto por diversos campos teóricos. Utiliza-se dos conceitos instituído – são valores, crenças, práticas e tudo o mais que estiver cristalizado e servindo como meio de regular a vida em sociedade; e instituinte – que é o questionamento e enfrentamento ao que está instituído e abertura para experimentar o novo. Esta dinâmica ocorre em função do constante movimento de criação inerente ao ser humano. É deste embate que as transformações sociais são possíveis.
Sob esta perspectiva, trabalhamos com as integrantes do grupo X, convidando-as a questionar o que está instituído em suas vidas e criar um espaço de experimentação do novo, de se colocarem em autoanálise e se organizarem de modo coletivo e autogerido para criarem os recursos que precisam para atender suas necessidades.
2.4 Dinâmica dos grupos
O termo Dinâmica dos Grupos foi introduzido por Kurt Lewin em 1945, nos EUA – M.I.T. (Massachussets Institute of Technology) – centro de pesquisas no assunto. Lewin desenvolveu suas pesquisas e criou a Teoria de Campo, que “[…] se caracteriza melhor como um método, isto é, como um método de realizar relações causais e de criar construções científicas” (GARCIA-ROZA, 1974, p.19). A Teoria de Campo é caracterizada por seis atributos, a saber:
– utilização de um método de construção e não de classificação;
– interesse pela dinâmica dos acontecimentos;
– perspectiva psicológica e não física;
– análise da situação como um todo;
– distinção entre problemas sistemáticos e históricos; – representação matemática do campo.
Para Lewin, o campo psicológico referese sobre tudo que afeta o comportamento dos indivíduos e do grupo num dado momento, logo parte integrante deste. Este campo é influenciado pelas amizades, sonhos, objetivos conscientes e inconscientes, medos, crenças, valores, etc. (GARCIA-ROZA, 1974). Assim, ele é uma realidade fenomênica e não física, pois deve ser representado tal como o sujeito o percebe e não como ele é em si, ou seja, são os fatos coexistentes e interdependentes considerados dentro de uma totalidade dinâmica entre indivíduo e meio.
O campo psicológico é a totalidade dinâmica formada pelo espaço de vida e a zona de fronteira. Espaço de vida é constituído pelas variáveis psicológicas, com duas regiões distintas: pessoa e meio. Já a zona de fronteira é onde as variáveis não-psicológicas (sociais, biológicas ou físicas), interferem direta ou indiretamente no comportamento das pessoas. Assim, Lewin se preocupa não somente com o que está acontecendo em um determinado momento, mas também em toda a situação de vida da pessoa – que engloba sua história, formando um quadro de referências. Dessa forma, as situações momentâneas tomam significados de acordo com o referencial de cada um ou de um determinado grupo.
Essas situações psicológicas podem ser representadas no espaço de vida como uma região psicológica. “Assim, uma pessoa é uma região do espaço de vida, no qual ela ocupa um lugar e se locomove” (GARCIA-ROZA, 1974, p. 71). Essa região pode ser caracterizada por propriedades qualitativas, por exemplo: “terreno no qual é fácil ou difícil de andar […] a esfera de influência de uma pessoa; um grupo social; uma ocupação; uma região em que certas ações são permitidas.” (LEWIN, 1959, p.94 apud GARCIA-ROZA, 1974, p. 71). Além das propriedades qualitativas, é importante analisar a locomoção – que é qualquer mudança de posição ou de estrutura – que determina o posicionamento de uma dada região, podendo conectar uma região à outra e alterar a configuração de todo o espaço de vida. A locomoção se dá numa região conexa – ou espaço de movimento livre – que é definida como a totalidade de regiões às quais a pessoa tem acesso a partir de sua posição atual. Por exemplo, “O espaço de movimento livre de uma criança é determinado pelo que ela pode fazer pelos seus próprios meios e pelo que lhe é permitido fazer” (GARCIAROZA, 1974, p. 72). Este espaço é cercado por regiões inacessíveis, seja por incapacidade própria ou por proibições, são as chamadas barreiras ou zonas de fronteira que oferecem resistência à locomoção.
Para se entender como a locomoção ocorre, é importante compreender as forças psicológicas presentes no campo, pois elas estão ligadas à causalidade do comportamento. Essa força é um conceito dinâmico e indica fatos que representam relações entre observáveis, como por exemplo, a locomoção, onde o indivíduo sai de uma posição para outra. Necessariamente estão associadas a processos psicológicos. Segundo GARCIA-ROZA (1974):
Para determinarmos não apenas quais caminhos são possíveis, mas ainda que deslocamentos podem produzir-se num determinado momento, precisamos utilizar o conceito de força, e este implica em noções de direção, intensidade, tamanho que a topologia não é capaz de representar. GARCIA-ROZA (1974, p.100)
Direção é a relação entre duas regiões do espaço, podendo ser de aproximação ou de afastamento. É baseada no conceito de caminho privilegiado, que por sua vez, “é aquele cuja valência Va – propriedade de atrair ou repelir – do meio M é a maior possível no momento […]” (GARCIA -ROZA, 1974, p. 102). Assim, o caminho escolhido dependerá do contexto e das necessidades do indivíduo ou grupo em determinado momento, podendo ser o mais prazeroso ou o mais seguro, por exemplo. Este caminho é segmentado e constitui uma totalidade; logo a alteração em uma de suas partes modifica as demais. Seu grau de unidade não é necessariamente constante durante a locomoção e se modifica ao longo da conclusão das etapas, aumentando quando a meta se aproxima ou de acordo com as necessidades em relação a ela. Assim, para Lewin (1966, p.83 apud GARCIAROZA, 1974, p. 114), “uma locomoção atual pode ser relacionada apenas à totalidade das forças que atuam numa dada região, num determinado momento, isto é, à resultante das forças”. Essa resultante depende também da intensidade da força, que por sua vez depende da intensidade da valência e da distância entre a pessoa e a valência. Assim, podemos afirmar que:
Uma valência positiva corresponde a um campo de forças no qual todas as forças estão voltadas na direção da mesma região. Diz-se, da mesma forma, que uma valência negativa corresponde a um campo de forças no qual todas as forças estão voltadas em direção oposta à mesma região. (GARCIA-ROZA, 1974, p.116)
As forças podem ser: impulsoras – que provocam a locomoção – ou frenadoras – que são as barreiras em direção à locomoção; correspondentes às necessidades do indivíduo, como beber água; induzidas, quando o desejo de uma pessoa corresponde às necessidades de outra e não a própria; impessoais, quando não corresponde ao desejo da própria pessoa e nem ao da outra, mas ao contexto sócioeconômico, por exemplo.
Quando as forças se encontram distribuídas de modo que a força resultante desaparece, podemos dizer que, dinamicamente, o campo está em equilíbrio. Do ponto de vista da energética, o campo estará equilibrado quando o estado de potencial é mínimo ou máximo. Segundo o autor, há diversos estados de equilíbrio, mas o que mais interessa para este estudo é o estado de equilíbrio quase estacionário ou equilíbrio móvel, onde “[…] as condições de mudança intervêm de modo tão lento que não nos permitem notar os fatores especificamente dinâmicos” (GARCIA-ROZA, 1974, p. 121). Assim, o grupo deve ser estudado como um processo quase estacionário, onde mostram flutuações ao redor de um nível médio e que podem ser devidas à variação na intensidade de uma força adicional. Para Lewin, esta força adicional é capaz de romper a resistência interna e promover uma mudança no sistema, caso a resistência interna à mudança seja menor do que a intensidade dessa força. Se as forças forem de igual intensidade se instaura o conflito. Ao observar o grupo estudado, em alguns momentos identificamos certas forças presentes que ora funcionavam como impulsoras e ora como frenadoras dentro de uma dinâmica mutável e determinada pelos papéis desempenhados pelos participantes em dado momento da vida em grupo e no relacionamento interpessoal entre seus pares.
Um grupo, assim como uma pessoa, não é uma realidade estática, mas um fluir, um processo que apesar de sua constante transformação mantém certas características estruturais constantes por um período relativamente grande de tempo” (GARCIA-ROZA, 1974, p.126).
Para Lewin, as forças psicológicas atuam diretamente na motivação da pessoa e indiretamente no sistema motor, criando um estado de tensão entre o indivíduo e o meio. Assim, é fundamental considerar a estrutura do meio e do indivíduo para análise do campo de forças.
De modo geral, os conceitos apresentados até aqui auxiliam a compreender o espaço de movimento livre do grupo abordado por esta pesquisa, bem como as forças e barreiras que interferem em sua locomoção. O grupo estudado é considerado uma minoria, o que nos permite fazer comparações com os estudos de Lewin sobre os judeus.
Para o autor, os grupos minoritários possuem fronteiras bem rígidas e claras em relação aos grupos dominantes, o que caracteriza um viver em guetos. Estas barreiras impõem um severo limite à locomoção corporal e social das pessoas que fazem parte deste grupo. Por exemplo, o acesso ao mercado formal de trabalho, uma vez que, como já citado, mais de 90% de travestis e transexuais estão se prostituindo no Brasil, caracterizando uma concentração ocupacional nesta atividade. Este quadro reflete um espaço social de movimento livre restrito, o que gera para o grupo e para o indivíduo grande tensão. Desta forma, “o enfraquecimento e a extensão da fronteira de um grupo, implica sempre em mais pontos de contato entre o grupo e os outros grupos” (LEWIN, 1951, p.166). Ainda para o autor, “cada enfraquecimento da barreira entre o seu e os outros grupos, aumentará a intensidade da força nesta direção” (LEWIN, 1951, p.170). Este fato faz com que o conflito apareça e o estado de tensão se instaure, levando inquietação ao grupo e ênfase excessiva numa determinada direção.
Como são poucos numerosos, cabe-lhes tentar conquistar o auxílio de outros grupos. Entretanto, o judeu terá de compreender que para si, como para qualquer outro grupo desprivilegiado, é válida esta afirmativa: somente os próprios esforços do grupo conseguirão a emancipação do grupo. Resta ao judeu um campo de ação em que os resultados dependem principalmente dele […] (LEWIN, 1951, p.177)
A afirmativa de Lewin nos mostra que há espaço para se trabalhar com este grupo sob uma perspectiva autogestiva e utilizando seus conceitos para facilitar o processo de identificação das condições necessárias para sua emancipação em relação ao emprego formal.
3 Metodologia da pesquisa
Para manter a privacidade das pessoas participantes do estudo, optou-se em utilizar nomes fictícios.
A metodologia da pesquisa é de natureza aplicada, envolvendo interesses de um grupo específico de Transexuais do Projeto X, vinculado à organização Y, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Classifica-se, em relação aos objetivos, como explicativa, pois pretende-se estudar a relação da dinâmica dos grupos com o processo de autogestão, e descritiva, pois se dispõe a identificar as forças que interferem nesse movimento.
Quanto à abordagem, é de natureza qualitativa, por enquadrar a observação de fenômenos subjetivos, sendo, portanto, uma análise do conteúdo das falas e do comportamento observável. Efetivou-se o procedimento técnico através da pesquisa de campo no formato pesquisa-participante, uma vez que as soluções para os problemas foram identificadas ao longo da pesquisa.
Realizou-se a coleta de dados a partir de entrevista semiestruturada, observação participante e análise de conteúdo das falas e dos comportamentos. A entrevista teve como objetivo a caracterização do grupo e levantamento de expectativas com o trabalho.
A proposta foi apresentada em uma reunião do grupo X, em uma das instalações da instituição Y, estando presente a coordenadora do projeto e participantes. Ao final da reunião foi feito o levantamento dos interessados em participar da pesquisa, o que totalizou 16 pessoas. Vale ressaltar que, na prática, em todos os encontros o número de pessoas foi inferior a dezesseis. Os encontros desta pesquisa aconteceram todas as terças-feiras das 14h às 17h e não foi previamente definido com as participantes um número exato de encontros. Mas, para efeito deste estudo, será feito um recorte dos 03 primeiros.
O grupo participante da pesquisa era composto por pessoas que se identificam com o gênero feminino; possuem idade entre 19 e 62 anos; tempo de projeto de 1 mês a 1 ano e 5 meses; 6 vivem em hotel social (abrigo) e as demais moram sozinhas, com a família ou companheiro; das que participaram de pelo menos um encontro da pesquisa, 6 relataram já terem se prostituído como fonte de renda.
4 Resultados e análise da pesquisa
4.1 Reunião de apresentação
Foi utilizado o espaço de reunião do projeto X para levantar a principal necessidade do grupo e apresentar a proposta de pesquisa. Nesta reunião foi levantado que o maior problema destas mulheres é a geração de renda, onde o único caminho visualizado até então seria a conquista de um emprego formal ou a prostituição. A partir daí, foram apresentados os conceitos de autogestão e empreendedorismo como caminhos alternativos e autônomos de geração de renda.
Rapidamente, as mulheres demonstraram o desejo de empreender coletivamente, através de uma cooperativa.
A demanda por emprego é condicionada pelo sistema econômico vigente. Quando se cria um espaço para pensar em alternativas, o grupo percebe que sua demanda é gerar renda e não necessariamente ter um emprego. Não precisando, assim, depender de um agente empregador. Desta forma, a dificuldade de acesso ao emprego formal se caracteriza neste grupo como uma força impessoal e externa que se impõe ao grupo, levando as participantes a buscar e se tornarem receptivas às formas alternativas ao modelo dominante de trabalho – emprego.
Vale destacar ainda o compromisso ético assumido com o grupo a partir da fala de uma das participantes: “Vocês não virão aqui só pra estudar a gente e ir embora, não né? Muita gente já passou por aqui e falou que ia fazer e acontecer e nada foi feito”. Reforçamos que a responsabilidade por fazer o projeto da cooperativa dar certo é compartilhada por todos e que assumiríamos o compromisso de estender nossa participação com o grupo, para além da produção deste estudo.
4.2 Primeiro encontro
Para o primeiro encontro, percebeu-se a necessidade de ter uma estrutura mínima para auxiliar o grupo. Sendo assim, foi proposta uma agenda inicial, com flexibilidade para mudanças, que consistia em: entrevista semiestruturada para caracterização do grupo participante; apresentação individual; escolha da área de atuação da cooperativa; mapeamento dos recursos disponíveis; definição em conjunto dos próximos passos e resumo das atividades do dia na reunião do projeto X. Não foi possível realizar a terceira e quarta atividade, pois a apresentação individual demandou um tempo maior que o previsto. Logo, foi acordado coletivamente que estas atividades seriam nossa agenda para o segundo encontro.
Na abertura do encontro, alinhamos que nosso papel seria de facilitadoras de um processo e não de professoras; reforçamos, mais uma vez, que o espaço seria de troca e que a responsabilidade por fazer acontecer seria compartilhada com todos os envolvidos, e não somente nossa. Enfatizamos essa premissa ao longo dos encontros, a fim de evitar que o grupo depositasse em nós suas expectativas, como sendo salvadoras do grupo.
Seguimos para a apresentação pessoal, onde cada uma teve a oportunidade de contar sua história de vida. A maior parte das histórias é marcada por experiências de preconceito, violência, drogas, prostituição e humilhação; e algumas de mudanças de vida, tais como: o abandono das drogas, da prostituição, a abertura de um próprio negócio ou mesmo a conquista de emprego formal e o acolhimento da família e círculo social. Foi observado que as participantes que tiveram acesso ao emprego formal ou geração de renda através do próprio negócio parecem ter mais contatos com grupos diversos, do que as que ainda estão sob uma condição de moradia em abrigos sociais ou as que ainda se prostituem. Uma delas chegou a falar em nome do grupo dizendo que estavam precisando desse espaço, onde tivessem voz, poder de escolha; onde pudessem falar sobre suas histórias, contar como estão vivendo, compartilhar suas angústias e conhecer melhor a cada uma. Esta fala nos indica que está começando a se formar o que Lewin chamou de campo de ação, onde os resultados dependem do próprio grupo.
Para fechar o dia propusemos que cada uma falasse como estava saindo do encontro. Foi observado, também no primeiro encontro, o potencial de autogestão do grupo, quando uma participante se prolongou muito em sua fala – utilizando grande parte do tempo que tínhamos para a atividade de fechamento do dia – e a outra interrompeu a fala dela, dizendo que outras pessoas gostariam de falar também. Esse fato nos sinaliza um movimento autogestivo do grupo, uma vez que o próprio grupo percebeu a necessidade daquele momento e manejou sem a necessidade de intervenção das facilitadoras. As relações foram cordiais e a participante que estava se prolongando na fala não demonstrou ficar incomodada em ceder espaço para que a outra também pudesse falar, assim como também não demonstrou hostilidade à participante que percebeu esta necessidade. Finalizamos, destacando esta situação como um movimento autogestivo do grupo.
Percebemos que, naquele momento, existiam forças no grupo que o movimentaram na direção de se auto-organizar e ao mesmo tempo de lidar com o conflito. Entende-se que essas forças são, respectivamente, a necessidade de falar e se expressar e a necessidade de inclusão, o que pode ter caracterizado a reação cordial naquela situação.
4.3 Segundo encontro
O encontro iniciou e nem todas as participantes que estavam no outro encontro, estavam presentes. Este fato dificultou um pouco a entrada do grupo na tarefa em si e nos objetivos acordados no encontro anterior, uma vez que precisamos parar algumas vezes para incluir as que estavam chegando pela primeira vez e outras que chegaram após o horário combinado de início.
Ao incluir as novas pessoas, a atividade programada para o dia foi iniciada: levantamento das principais possibilidades desejadas no ramo da cooperativa. Foi realizado um brainstorming dos desejos do grupo. Assim, surgiram algumas opções como: gastronomia, artesanato, moda, serviço de limpeza e estética – onde a escolhida em consenso foi gastronomia. Após essa etapa, foi iniciada uma análise de viabilidade do tipo de cooperativa, considerando os recursos disponíveis e possíveis para aquele grupo. Esta análise não foi muito produtiva, devido ao produto ainda estar indefinido. Assim, em função do tempo, ficou acordado que para o próximo encontro seriam priorizados a definição do produto e os recursos necessários e disponíveis.
De um modo geral, foi percebido que o grupo teve dificuldade de se concentrar na tarefa, também devido a duas situações: interrupções de pessoas externas – para falar de assuntos de outra natureza; e um rapaz desconhecido que adentrou ao local – informando que chegou mais cedo e pedindo para aguardar na sala a aula que iria participar mais tarde. Ficamos surpresas e juntamente com o grupo decidimos que o rapaz poderia aguardar, pois o foco do dia era na tarefa de escolha da área de atuação da cooperativa e não em questões mais pessoais e confidenciais. Ainda assim, isso interferiu negativamente, tirando a atenção do grupo e gerando um desconforto inclusive para nós, as facilitadoras, o que pode ter ficado perceptível para o grupo. Foi observado que estas situações geraram um clima de tensão, o que pode explicar a agitação das participantes naquele momento, que gerou uma força na direção oposta à tarefa.
4.4 Terceiro encontro
Até o segundo encontro, adotamos uma atitude proativa diante do grupo, no sentido de participar e opinar nas atividades. Para este encontro, enquanto facilitadoras, decidimos levar apenas a sugestão de tempo para cada atividade da agenda, já acordada no encontro anterior, e intervir somente no nível latente do grupo. Assim, iniciamos com uma hora dedicada ao contrato de convivência do grupo, como forma de atender à demanda por melhor distribuição do tempo de fala, possibilitando que todas pudessem se expressar. Em seguida, entramos na atividade principal de decisão sobre qual produto seria produzido e quais os recursos necessários e disponíveis para começar.
Novamente, todas as atividades foram marcadas por muita agitação no grupo, incluindo uma forte discussão entre duas participantes, por divergência de opinião em relação aos itens do contrato de convivência. Essa agitação do grupo parece ir além de uma situação específica, mas indica uma característica das participantes – principalmente as que vivem em ambientes mais inseguros, como nos abrigos sociais – resultante do contexto em que elas vivem, ou seja, não são traços naturais, mas adquiridos historicamente. Este fato se assemelha aos estudos de Lewin sobre os judeus, onde apresenta a inquietação característica deste grupo, a partir da sua dispersão, como resultante da incerteza do seu próprio valor e de fazer ou não parte do grupo judeu. Lewin aponta que esta característica se reflete no fato dos judeus trabalharem excessivamente. Comparando este estudo ao grupo pesquisado, parece ficar clara a diferença de agitação entre as participantes que moram em abrigos e as que possuem um território de moradia mais estável. Semelhante aos judeus, esta característica do grupo interfere no desejo de empreender e trabalhar, configurando uma força que vai à direção de um sentimento de segurança e de valorização de si através da geração de renda.
Ainda sobre a discussão entre as participantes, optamos em manter nossa postura e intervimos apenas com a pergunta: como o grupo lida com conflitos? Imediatamente a que estava mais exaltada respondeu: “não lida né?”. E devolvemos com outra pergunta: “Como pode passar a lidar?”. E cada uma começou a se colocar reforçando a importância de respeito à opinião do outro e de saber ouvir. A partir deste momento, as outras participantes também começaram a falar e o conflito foi resolvido, sem a necessidade de uma postura extremista das facilitadoras de intervir fisicamente ou de modo autoritário. Embora o recorte deste estudo seja até o terceiro encontro, vale ressaltar que no encontro seguinte estas mesmas pessoas que discutiram estavam trocando roupas entre si, mostrando solidariedade umas com as outras. Este fato nos chama a atenção, mostrando que a falta de recursos financeiros e a própria vaidade característica delas se apresentam como uma força de coesão, contribuindo para mantê-las unidas mesmo diante dos conflitos.
Outro ponto que merece destaque é o incentivo e participação de três pessoas do grupo em uma palestra sobre empreendedorismo – cujo acesso foi facilitado por uma das pesquisadoras. As mulheres que participaram deste evento tiveram a oportunidade de ter contato com pessoas e grupos de diferentes hábitos e culturas, incluindo palestrantes estadunidenses. Foi relatado por elas o quanto foi importante estar com pessoas diferentes, que se sentiram acolhidas e inseridas, além de ter tido acesso a informações que contribuirão para a autonomia na geração de renda. Assim, a criação desse espaço se apresenta como uma alternativa às barreiras sociais impostas ao grupo, logo contribui para a ampliação do espaço de movimento livre e para a locomoção desse grupo em direção a outros.
5 Considerações finais
Embora esta pesquisa tenha sido feita a partir do recorte dos 03 primeiros encontros, foi possível perceber, mediante resultados e análise dos dados colhidos na pesquisa, que o empreendedorismo é um caminho alternativo possível para este grupo gerar renda, considerando a abertura das pessoas a essa ideia. Foi observado, também, que a autogestão se apresenta como movimentos autogestivos no grupo, a partir do momento em que as próprias mulheres foram capazes de identificar suas necessidades e encontrar soluções coletivamente, inclusive para os conflitos que surgiram ao longo dos encontros.
Algumas forças que interferiram no processo do grupo foram identificadas. A primeira é uma força impessoal imposta ao grupo de fora para dentro, que é a dificuldade de um emprego formal. Esta força movimenta o grupo e o torna receptivo no sentido de se organizar de modo autogerido e de empreender coletivamente. No primeiro encontro, foram observadas duas forças atuando na dinâmica grupal: uma era a necessidade de inclusão, marcada pela cordialidade predominante neste encontro e característica de uma fase inicial de grupo; a outra, o desejo de cada participante de expressar as próprias opiniões, que interferiu diretamente na atitude autorregulatória do grupo em relação ao tempo que cada uma utilizava para falar. No segundo encontro, as interrupções se apresentaram como diminuição da valência na tarefa, ou seja, houve um menor investimento de energia. Assim como a insegurança das facilitadoras em lidar com as situações ocorridas, que as levaram a adotar uma postura mais incisiva no grupo, interferindo também nas decisões sobre as áreas possíveis de atuação da cooperativa. Fato este que pode ter tirado do grupo seu poder de análise e decisão, indicando então uma força contrária ao propósito daquele espaço.
Vale destacar ainda outras duas forças que foram observadas: a inquietação do grupo parece revelar uma tensão latente ocasionada pela insegurança financeira e de local de moradia, que se configura como uma força na direção de um sentimento de segurança e de valorização de si através da geração de renda; e a solidariedade entre elas revela-se como uma força de coesão, mantendo-as unidas mesmo diante dos conflitos.
Outro ponto que merece atenção e pode ser um direcionador para futuros trabalhos é a importância de ampliar o espaço de movimento livre para que esse grupo possa se locomover na direção de outros, ampliando seu conhecimento cultural, político, econômico, entre outros, e criando parcerias diversas, ampliando suas possibilidades de vida.
Referências
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